sábado, 30 de junho de 2007

Detentas do presídio feminino de Taubaté-SP


DETENTAS DO PRESÍDIO FEMININO DE TAUBATÉ, FALAM DA DOR E TRISTEZA COM A SEPARAÇÃO DE SEUS BEBÊS.

A inocência perdida desde cedo, a escolha do caminho errado e o acerto de contas com a Justiça. As realidades que resumem a história de vida das mulheres que hoje cumprem pena na Penitenciária Feminina de Taubaté, não refletem o maior sofrimento vivido pelas detentas: a separação dos filhos que são concebidos dentro da prisão.

Nos últimos seis meses, 25 grávidas estiveram presas na penitenciária. Essas detentas se transformaram em "mães do cárcere" - como são conhecidas as mulheres que permanecem presas durante todo o período de gestação - e as outras cinco conseguiram ganhar a liberdade antes de entrar em trabalho de parto.

O pequeno A., por exemplo, completa três meses de vida na semana que vem. Noventa dias vividos atrás das grades. O menino é o primeiro filho de Viviana Madalena da Silva, 22 anos, que cumpre pena há 11 meses por tráfico de drogas. A detenta, que deverá ficar presa mais quatro anos em regime fechado, tentou entrar com drogas na Penitenciária de São Vicente. “Fui flagrada pela revista e presa em flagrante.”

O bebê de Viviana é criado numa unidade carcerária especial, própria para a presa que acabou de dar à luz. Porém, o convívio com a mãe detenta não vai durar muito. Pela Lei de Execução Penal, as crianças podem ficar na penitenciária por, no máximo, seis meses, período em que o aleitamento materno deve ser alimentação exclusiva.


"Se ele pudesse ficar comigo seria melhor, mas sei que não dá. Vou ter que me separar mesmo", resigna-se Viviana, com o bebê no colo. Terminado o prazo, o serviço social da penitenciária entra em contato com as famílias das detentas para avaliar a possibilidade de a criança ficar com um parente. Quando isso não é possível por falta de condições financeiras, os bebês são encaminhados para instituições de amparo que as abrigam até a liberdade das mães.

BERÇÁRIO

Apenas quatro presas que deram à luz recentemente continuam amamentando seus bebês. Há uma semana A. ganhou a companhia de P. O recém-nascido é filho de J.D.A., 24 anos. A detenta foi presa assim que engravidou, há nove meses, pelo mesmo crime - tráfico de drogas - que levou à prisão 90% das mulheres que cumprem pena em Taubaté. "Meu trabalho era conseguir vender o máximo de drogas possível, conseguindo novos compradores e aumentar o lucro do traficante para o qual trabalhava", relatou J.

O número de bebês na Colméia, porém, aumentará nos próximos dias. A detenta R.V.A., 24, está grávida de nove meses. A jovem foi presa também por participar de uma das quadrilhas especializadas no tráfico de drogas que atua em Campinas.

"Hoje me arrependo do que fiz no passado. Quando meu filho completar seis meses irá morar com minha mãe", disse, revelando que o pai da criança também está preso no Complexo Penitenciário de Hortolândia. "Ele cumpre pena por assassinato", relatou.

As detentas em período de gestação, que cumprem penas superiores há um ano e, que, conseqüentemente terão seus bebês na cadeia, recebem apoio do GDF. Uma parceria firmada entre as secretarias de Segurança Pública e de Saúde, além do Ministério da Saúde, viabilizou a formação de uma equipe que atua dentro do presídio.

De acordo com a diretora do presídio, as detentas têm direito a um acompanhamento médico completo que inclui exames ginecológicos, clínica geral e atendimento odontológico. "As presas também participam de palestras que previnem o câncer de mama e a Aids. Até distribuímos camisinhas e pílulas anticoncepcionais", explica a diretora.

Quando as detentas precisam fazer exames laboratoriais, uma escolta policial as acompanha até os hospitais onde são feitos os exames. O mesmo procedimento é feito quando um dos bebês precisa passar por exames.

"As crianças que nascem aqui recebem os mesmos cuidados que qualquer outra. Elas saem da cadeia até para fazer o exame do pezinho", conta a diretora do presídio.

6 comentários:

cláudia Sales disse...

muito interessante a matéria. Sou estudante de Direito aqui em Salvador e me interesso pelo assunto em especial, pois acho que a separação entre mães e filhos é um trauma muito grande e difícil de ser superado. Acredito, também, mas com poucas bases empírircas, que as penitenciárias femininas não oferecem a estrutura necessária para abrigar as crianças até os sete anos de idade, como deve ser agora...
infelismente essa ainda é uma das muitas deficiências do nosso Estado Democrático de Direito.

Anônimo disse...

Claudia Sales,

Como estudante de direito, aprenda a separar as coisas. Você ouvir o que acontece dentro de presídios da boca de presos e ver a lei escrita "bonitinha" e achar que é assim que funciona é utopia.

Você tem que conhecer a história de modo imparcial: tanto de quem está preso, quanto de policiais e quem trabalha dentro das unidades.

É simples seguir conselhos e discursos fáceis de "supostos" humanistas, professores com Doutorado e outros que NUNCA pesquisaram os dois lados da moeda.

Até porque, os bandidos e familiares destes são os fornecedores da maconha que a maioria de vocês universitários usam; e são os únicos que vocês tem contato sobre o assunto.

Como advogada, você deverá ser política; conhecendo e sabendo lidar com todos, pois surgirão clientes de qualquer lado (bandidos, policiais, estudantes, assalariados, etc).

Anônimo disse...

Concordo plenamente com vc autonomo.
Acho mai ainda, que o estado tem, até, uma paciencia enorme com pais e mãesde crianças abrigadas. Recebem ajuda do estado como bolsa familia, bolsa escola, psicologos e tudo o mais que o CREA dispões. De contra partida fazem do abrigo um hotelzinho infantil, onde aparecem quando querem até q decidem sumir, enquanto isso a criança vai envelhecendo lá dentro , quando acontece de haver uma adoção, aí os pais adotivos que arquem com psicologos, terapias e uma paciencia sem limites, para que o menor supere os traumas adquiridos pelo abandono dos pais, mais a compreenção do estado com os mesmos. Cada caso é um caso, é claro, mas ao visitar um abrigo voce tem a exata noção do quanto é complexo tudo isso. De repente a pessoa vai assalta, mata pais de familia e por estar gravida passa a ser a vitima. Se ela queria tanto criar seu filho em liberdade , pensasse nisso antes de viciar filhos alheios e ir parar na cadeia. Agora o filho dela é prioridade para ela e os que ela viciou para o trafego, não são tb filhos de alguém? Por isso, sinto pelas crianças,que são realmente as vitimas. Mas qto a essa mãe esta apenas colhendo o que plantou. E tomara q essa mãe perca o patrio e essa criança possa ser criada por alguem que lhe ensine valores de conduta e respeito aos outros, ao inves de correr o risco de daqui uns anos estar nas portas de escola viciando os coleguinhas para levar dinheiro para sua mãe traficante.

Anônimo disse...

Ola, meu namorado esta preso faz 1 mês...Estou com ele ja faz 8 anos e no dia em que fiquei sabendo foi muito horrivel, uma sensaçao muito estranha. Agora que estou caindo na real, mas claro que vou ajudar ele no que eu puder.. Nao sei se um dia ele vi reconhecer tudo que faço por ele, o meu unico medo é de quando ele stiver em liberdade nao me der valor e terminar...Vou correr o risco.
Alguem pode me dar uma dica?
Abraços
A.A.

Anônimo disse...

Pé na bunda detected!

Anônimo disse...

Olha estou em um relacionamento de 9 meses, a 3 meses meu namorado esta preso. Riscos e medos sempre ocorrem e rondam a gente sempre. Isso é inevitável, porem temos que ter a convicção que amamos eles independente do que eles fizeram , fazem, ou do que são. Temos que darmos todo apoio a eles sempre, porem esse risco corremos a todo instante nao só mesmo pq ele está preso não claro wue não. Pois ja sair de um relacionamento em que eu fazia de tudo pela pessoa e no final sair como a errada e fui trocada aiinda. O importante é nos fazermos nossa parte e deixarmos bem claro pra eles que amamos eles demais e que estaremos sempre ao lado deles acho que so isso basta. Tendo amor e confiança nada nem mesmo o tempo fará que nos separamos por quem tanto lutamos. ERSC