sábado, 30 de junho de 2007

Polícia sem controle e desorganizada

Um caso de assassinato de inocente envolvendo seis policiais militares paulistas. Desta vez, o dentista Flávio Ferreira Sant'Ana, de 28 anos, caiu morto com dois tiros disparados pelos policiais. Foi confundido com um ladrão, e os agentes seguiram o famoso procedimento de “atirar primeiro, perguntar depois”.
Caído no chão, Flávio não foi reconhecido pela vítima do roubo. Os policiais ainda tentaram incriminar o dentista, colocando em seu bolso a carteira da vítima que foi ameaçada para não revelar a execução.
Presos, os PMs alegaram que Flávio estava armado e reagiu embora à perícia tenha derrubado esse argumento. A PM de São Paulo coleciona acusações de uso excessivo e indiscriminado da força contra negros e pobres. E a polícia do Rio de Janeiro ganhou notoriedade pela corrupção e também pela violência.
Em 2003, bateu recorde, matou uma pessoa a cada oito horas. Conclui-se que a corrupção, o extermínio e o abuso de poder estão dentro das corporações brasileiras. O caso de Flávio é exemplar. Revela o viés maldoso que está embutido no trabalho da polícia.
A maior vítima dessa violência policial é o pobre, preto, favelado (Flávio era negro, nasceu na periferia de São ä Paulo e fez faculdade com auxílio de bolsa de estudo em uma universidade particular de Guarulhos). São essas pessoas que estão morrendo.
A polícia diz que a maioria das pessoas morre em confrontos. Sabemos, e diversas pesquisas já indicaram isso, que, na maior parte dessas mortes, as pessoas levaram tiros pelas costas ou na cabeça. Um estudo realizado pela Ouvidoria de São Paulo mostrou que, nos civis mortos, o número médio de perfurações à bala era de 3,2. Em 36% dos corpos havia pelo menos um disparo na cabeça. Em outros 51%, havia tiros nas costas. Fica evidente que não são mortes em confronto, são execuções. Nas áreas de classe média ou mais rica, a polícia se comporta melhor.
Em 2002, morreram, no Rio de Janeiro, 170 policiais. Agora, é evidente que uma polícia que trabalha com o confronto, nem que seja entre aspas, vai ter morte dos dois lados. Isso é resultado de uma estratégia de combate ao crime. Mas vale lembrar que muitos desses policiais morrem nos horários de folga, ou na realização de bicos.
O grau de corrupção e violência a que chegou a polícia neste país é muito preocupante. Essas são pragas enraizadas na polícia brasileira. Para ter uma idéia, no ano passado a polícia fluminense matou 1.195 pessoas. No Rio, de cada dez pessoas mortas, duas são assassinadas pela polícia. Isso é muito grave. Nunca, aqui, a polícia defendeu a cidadania. Ela sempre defendeu uma elite e esteve a serviço do poder. Uma das maneiras mais eficazes de mudar isso é investir em órgãos de controle da polícia, como as Ouvidorias. Uma Ouvidoria funcionando bem, respondendo às necessidades da população, vai contribuir para que a polícia recupere o respeito. Isso, em maior escala, é sinônimo de mais segurança pública, de pessoas vivendo com mais tranqüilidade e melhor.
No Brasil, temos graus muito altos de violência e corrupção e as pessoas não pode ir à polícia se queixar da própria polícia. É preciso dar um espaço para a população, principalmente para os pobres, poder recorrer a algum órgão e se queixar do comportamento violento do policial. Acredito que as Ouvidorias surgiram em função da necessidade de neutralizar a violência oficial. Durante o levantamento, foi possível constatar que as denúncias se concentram em três itens: violência, corrupção e abuso de autoridade. No caso da PM do Rio de Janeiro, a corrupção aparece em primeiro lugar, representando quase 30% das denúncias. Em São Paulo, os casos de violência são numerosos e somam mais de um terço do total das denúncias.
A população brasileira não acredita na polícia Pesquisas feitas pelo Datafolha mostraram que, no Brasil, 59% das pessoas disseram ter mais medo que confiança na polícia. Isso porque roubo é um crime grave, com uso de violência. Esse resultado é chocante e fruto de uma população que não confia na polícia. Não confia porque acha que a polícia é incompetente, corrupta, violenta e não vai investigar mesmo. Também porque tem medo de ir à delegacia, para começo de conversa. Fizemos, durante a pesquisa, grupos focais com pessoas pobres e de classe média. Os mais pobres diziam que preferiam, mil vezes, topar com um bandido que com um policial na rua. Os de classe média afirmaram que a última pessoa que eles chamariam em uma situação de risco seria o policial.

3 comentários:

Anônimo disse...

Falam isso como se uma merda formada por um monte de nóias e vagabundos, retardados e analfabetos (PCC) fosse melhor controlada...

Anônimo disse...

Se a polícia é tudo isso que vocês falam e o PCC é o bam-bam-bam, por quê quase toda a cúpula do PCC está presa? Por que o PCC não faz uma revolução? Ou uma guerra para tomar o domínio do Governo?

Resposta: Porque o PCC não passa de um monte de bosta, cheio de retardados, drogados e analfabetos, tendo só uma minoria que controla e escraviza todos esses trouxas. Tampouco está no controle de alguma coisa. As únicas coisas que garantem a atual sensação de domínio deles são os direitos dos manos, que impede a polícia de trabalhar corretamente...

E depois ficam esses retardados que só por que leram meia dúzia de livros enquanto esteve preso, se acham intelectuais e ficam inventando histórinhas tontas que nem a desse artigo, achando que o PCC está no controle de tudo,... e a estúpida mídia brasileira acreditando em tudo isso... rs

Como perguntei: se o PCC está no comando de tudo, por quê o Marcola e os outros membros desta facção estão presos? Mantenho a mesma resposta: por que são um monte de bosta!

Anônimo disse...

PRIMEIRO
COMANDO
CUZÃO